sábado, 26 de outubro de 2013

(Notícia) - Praga da vespa asiática está descontrolada no norte do país

«Praga da vespa asiática está descontrolada no norte do país


Os apicultores denunciaram hoje que a progressão da vespa asiática, uma espécie predadora de abelhas, está "descontrolada" e que além de Viana do Castelo a sua presença começa a ser detectada em vários distritos do norte.

Os números mais recentes, avançados esta semana à Lusa pela Protecção Civil, apontam para um total de 119 ninhos de vespa velutina - também conhecida como asiática, dada a sua proveniência - detectados no distrito de Viana do Castelo só este ano.

Destes, 105 já foram destruídos pelos bombeiros, com recurso a lança-chamas, mas só 98 ninhos foram encontrados no concelho de Viana do Castelo, considerado pelos apicultores como porta da entrada da espécie em Portugal, através da importação de madeiras pelo porto comercial da cidade.

Na região do Alto Minho, os apicultores garantem que o número de ninhos desta vespa, oficialmente detectados, "praticamente triplicou" entre Janeiro e Outubro de 2013, o que terá consequências na produção de mel, por ser uma espécie maior e mais agressiva do que a vespa nacional, sendo predadora de abelhas, atacando directamente as colmeias.

Segundo o presidente da Associação Apícola do Minho (APIMIL), recentes "relatos" de outros produtores já apontam para a presença desta vespa em distritos como Braga, Vila Real, Bragança e até no Porto.

No entanto, afirma Alberto Dias, continua a tardar a definição de uma "estratégia" de combate a esta espécie invasora por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, apesar da "disponibilidade" para colaboração já demonstrada pelos apicultores.

"Ainda não temos traçadas linhas estratégicas de combate, quem combate, como vai combater. Podemos dizer, efectivamente, que há esta expansão um bocado descontrolada", apontou o dirigente, que representa centena e meia de apicultores, que produzem, no Alto Minho, mais de 150 toneladas de mel por ano.

Associações de produtores e técnicos de vários pontos do país estão reunidos em Vila Nova de Cerveira para as VII Jornadas do Mel do Alto Minho, dedicadas à expansão da vespa asiática e face à "falta de informação" sobre o tema.

Este encontro, que decorre até sábado, conta ainda com o apoio da Federação Nacional de Apicultores de Portugal e recebe produtores de todo o país, que insistem nas críticas à falta de uma estratégia de combate à progressão desta vespa.

É o caso de Paulo Mota, um apicultor de Vila Verde que já sentiu uma quebra na produção de mel, que ronda a meia tonelada anual, devido aos ninhos que começam a multiplicar-se naquele concelho do distrito de Braga.

"Uma das minhas colmeias baixou de produção e foi muito atacada. À volta das abelhas viam-se cinco ou seis vespas a atacar. Está a ser um problema muito grave", apontou.

Garante mesmo que os apicultores locais começaram a destruir estes ninhos a tiro e não pelo fogo, como é recomendado.

"Em desespero estão a multiplicar estes ninhos porque elas fogem. Cada ninho pode ter 150 rainhas", sublinhou este apicultor e engenheiro agrónomo.

A vespa asiática é maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004.

Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final de 2012.» - Lusa/SOL [http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=88966]

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

(Notícia) - Agricultura e Pescas perdem 34 milhões de euros

«O Ministério da Agricultura e do Mar perde 2,6% no seu orçamento para 2014, menos 33,8 milhões de euros face a 2013. Ministério vai ter de poupar através da redução de 6% do seu pessoal.


despesa total consolidada para o Ministério da Agricultura e do Mar (MAM) chegará a 1.270 milhões de euros em 2014. Uma redução de 2,6% face ao Orçamento estimado para 2013, menos 33,8 milhões de euros.

Esta diminuição da despesa total consolidada tem origem no subsector dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA), que apresenta uma diminução na despesa total consolidade de 5,9%. Esta diminuição é sobretudo verificada nos orçamentos do Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais, Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

O MAM vai ainda poupar, por via de um conjunto de medidas transversais de consolidação orçamental no âmbito da reforma de Estado, 20,7 milhões de euros - e que passará pela redução de 6% do seu efetivo.

"Para a redução da despesa contribuirão igualmente a saída de trabalhadores para aposentação sem a respectiva substituição, que permitirá reduzir efetivo em mais de 6% em 2014", pode ler-se no relatório do Orçamento de Estado para 2014.

Ministério tem de cortar mais 25 milhões de euros


O MAM terá também de aplicar, no próximo ano, medidas de consolidação orçamental sectoriais para reduzir despesa em cerca de 25 milhões de euros. Segundo o relatório do Orçamento de Estado para 2014, "as despesas com pessoal deverão decrescer mediante a utilização de programas sectoriais de rescisões por mútuo acordo".

Da mesma forma, a "simplificação de procedimentos e interoperabilidade dos sistemas de informação", a "reestruturação dos serviços de investigação e dos laboratórios do Estado", tal como a "criação de serviços partilhados nas áreas de aprovisionamento, comunicação.recursos humanos, jurídicos e logística" serão outras medidas de racionalização de despesas.

Estas medidas programadas para o Orçamento de Estado de 2014 coincidem, no caso do MAM, com a entrada em vigor do novo Programa para o Desenvolvimento Rural 2014-2020, que garante para Portugal um "envelope de 500 milhões de euros para o Desenvolvimento Rural isento de confinanciamento nacional".

Numa altura em que a corrida aos fundos comunitários para o apoio a projetos agrícolas tem tido enorme procura (o Proder, Programa para o Desenvolvimento Rural, ainda no atual quadro, 2007-2013, esgotou os fundos consignados para Portugal), o MAM considera que "é determinante para Portugal assegurar a prossecução das novas medidas e a utilização eficaz, logo desde o seu início, dos recursos financeiros disponíveis".

As grandes linhas de trabalho do MAM para 2014


O MAM traçou como 'Grandes Opções do Plano para 2014' a "manutenção dos mecanismos que asseguraram eficácia na utilização dos recursos financeiros, a par da simplificação e desburocratização encetada ao nível organizacional", ao mesmo tempo que assegura a "concentração dos apoios ao investimento na produção de bens transacionáveis com valor acrescentado e aumento do valor das exportações mediante estratégias de promoção dos produtos agrícolas, florestais e da pesca".» - Expresso [http://expresso.sapo.pt/agricultura-e-pescas-perdem-34-milhoes-de-euros=f835883]